As coisas são interessantes na vida da gente, sobretudo nos relacionamentos que surgem nas esquinas da vida, nas estações por onde passamos, nos bancos em que nos sentamos nas praças da nossa existência.
E os sentimentos, as emoções, os desejos (muitos deles represados, contidos, aprisionados) formam um vitral colorido onde a diversidade de cores e de formatos dos quadrantes nos ofuscam.
Saber direcionar o holofote dos nossos sentimentos na direção certa, o foco das nossas emoções no ângulo adequado e não deixar este vitral se quebrar com o impacto das nossas fantasias é o grande desafio.
E assim, a primeira atração (sempre norteada pelo atrativo físico) aperta o peito, faz secar a boca, alimenta a mente de fantasias mirabolantes... e a mente ébria divaga, divaga, e divaga !
Depois a proximidade física ora potencializa, ora minimiza o primeiro impacto.
A primeira impressão e as fantasias......ah, as fantasias !!!
Estas insistem em dominar o terreno incompreendido de uma mente ébria de sensações.
E o corpo, mais do que nunca, passa a querer o que a mente quer !
E passa a desejar o que a mente deseja.
O corpo, reflexo da mente, é invadido pela fantasia, vive a fantasia e mergulha neste universo transcendental, na ânsia insana de tocar com o dedo da fantasia o universo da realidade.
É tudo muito intenso e a volúpia ébria passa a manifestar-se através do canal que utilizamos para expressar nossos desejos incontidos no âmago do ser...
E aqui o Viajante Transcendental faz mais uma tentativa de expressar através das tímidas palavras (incapazes de representar a essência de um sentimento), aquilo que explode no peito.
Tenta assim manifestar esta erupção de sentimentos, sem quebrar o vitral..........
Sem misturar as cores dos quadrantes..............
Ainda que a frustração o mantenha refém dos sentimentos e das emoções que não conseguiu intercambiar.....
O vitral precisa ser mantido intacto.
Se quebrado...........perderia seu encanto.
E o vitral continua permanecendo INTACTO.
Das ist das Leben!
Alles klar Einsenacher??
Um comentário:
Senão um vitral, que tem que permanecer intacto, sem misturar as cores, que tal um caleidoscópio?
Cacos que se ajuntam de formas diferentes, em ângulos diferentes. Restos e arestas que, individualmente, não teriam beleza e valor. Mas que juntos, presos na mesma caixa, se unem e se separam, como desejos reprimidos que surgem em entrelinhas. Que fazem das arestas pontos de encontro, que se transformam diante dos olhos incrédulos. E tornam-se novamente cacos, e sozinhos, e novamente juntam-se ao desconhecido. E a mente não é mais mente, e torna-se corpo. Funde-se, e faz com que os dedos da fantasia tornem-se reais e toquem o universo da realidade dos desejos contidos.
Um vitral nada mais é que um caleidoscópio que foi aprisionado por mãos reais, controladas por uma mente ébria de sensações contidas.
Bjs!
Kika
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