segunda-feira, 31 de março de 2008

O TREM DE AÇO

A Biriba se aproxima da estação com sua buzina rouca e seu porte altivo, enchendo a estação com o bafo quente do seu possante motor, que ronca forte, porém sem agredir os ouvidos.

O Trem de Aço ( D.P. ), se alinha na plataforma para receber os passageiros que lotam a estação com suas bolsas, malas, pacotes e crianças, muitas crianças.

Entre eles está um garotinho que aparenta 8 anos de idade, este observa excitado a movimentação de todos aqueles alegres passageiros embarcando no luzidio trem prateado com seus confortáveis assentos azuis.

Seu coração bate acelerado ( quase a sair pela boca ! ). Sua ansiedade é grande; quer embarcar logo e sua maior expectativa está em sentir o “ cheiro do trem “ e ver de perto, mais uma vez, o quadro fixado na cabeceira daquele luxuoso carro de passageiros da Central do Brasil. Ali encontra-se gravado em alto relevo, dois grandes peixes de olhos brilhantes barbatanas avantajadas.

E o garoto pisa afoito nos degraus retráteis, cujos desenhos também lhe chamam a atenção; sobe puxando o pai pelas mãos, apressado e ansioso, pois o grande momento, esperado há mais de um ano, se aproxima.

Quando o chefe do trem abre a porta, o garotinho emocionado não consegue conter suas lágrimas e leva a mão nos olhos, disfarçando, ao mesmo tempo que respira fundo, na tentativa de inspirar a maior quantidade possível daquele “ cheiro de trem de aço “. Quer encher os pulmões e se extasiar com aquele perfume, naquele momento tão almejado, pois isso acontecia somente uma vez por ano, quando o pai, ferroviário, obtinha um passe livre para viajar naquele trem.

E fica , mais uma vez, extasiado com tudo o que vê.

O interior do carro é um primor em limpeza e organização.

As poltronas, de um deslumbrante tom azul, são as mais confortáveis que já viu em toda sua vida.

E o cheiro ? Ah !, o inebriante e inconfundível perfume do Trem de Aço jamais lhe sairia da mente pelo resto de sua vida, de tão agradável e misterioso que era.

O pai agora já lhe soltara as mãos e ele caminha sozinho até o primeiro assento, ali, junto do seu tão desejado peixe de olhos brilhantes.

E quando olha novamente para aqueles misteriosos e apaixonantes peixes prateados, após um ano todo de expectativa, não mais consegue dissimular sua emoção e desaba num choro convulsivo, procurando o colo da mãe em busca de alento.

A mãe, sem entender o que se passara, procura silenciá-lo, pois os passageiros já começam a observar curiosos aquele cena. Oferece-lhe o assento próximo a janela, mostra a plataforma cheia de gente, disfarça fechando um dos botões de sua camisa e pouco depois o garoto silencia, olhando desconfiado para os lados, disfarçando os olhos lacrimejados.

Agora, emoções contidas, começa a contar os minutos que antecedem aquela viagem.

E olha pela janela toda a movimentação na plataforma da estação, que vai cessando, na medida em que todos embarcam.

Agora só vê o chefe de trem com seu impecável uniforme azul, este sinaliza para a estação, que bate um sonoro sino. Logo depois se ouve um apito, a buzina rouca da Biriba..., mais um apito !

Após uma longa buzinada da máquina, já se ouve o ronco do motor da FA-1 ( a locomotiva modelo FA-1, fabricada pela empresa americana ALCO e apelidada , no Brasil, de “ Biriba “).

O trem se põe em movimento, devagar, e entre acenos os passageiros se distanciam cada vez mais da estação de Cruzeiro, que vai ficando para trás naquela agradável tarde de outono.

Novas emoções no decorrer da viagem, esperam por aquele garoto alegre e sonhador. O chefe do trem logo aparece com seu picotador de passagens e brinca com ele, logo surgem as guloseimas que são oferecidas pelos vendedores do trem, tudo é festa !

As paisagens agora passam rápidas; campos, rios, gados, pontes, túneis, estações, crianças acenando nas janelas...

E a Biriba com sua buzina rouca pode ser avistada soltando negra fumaça, quando faz curvas para a esquerda, lado onde se senta o menino com sua família.

Os postes da ferrovia passam correndo, os fios ora se abaixam, ora se levantam, quando da passagem dos mesmos e o trem avança, com destino a Itatiaia, estação de destino para aquela família .

O garoto não perde uma cena sequer e com o rosto colado na vidraça, registra como se fosse uma câmera, todos as cenas e imagens ao longo do percurso, ora sorrindo, ora acenando, ora sério e absorto nos seus pensamentos.

Em dado momento, percebendo que a sua estação de desembarque se aproxima, pede ao pai que o levante, para que possa ver mais de perto os seus peixes de olhos brilhantes. O pai assim o faz e ele acaricia cada detalhe daquela escultura, conversando silenciosamente com seus amigos prateados, guardiões daquele trem , na sua maneira de ver.

Quer beijar o peixe maior, de grandes barbatanas, mas o pai o repreende dizendo-lhe que aquilo está sujo ( não entende como uma peixe tão brilhante pode estar sujo !!! ).

Aquele viaduto com um grande tubo passando sobre a linha é a indicação que chegaram à estação em Itatiaia, e logo teriam de descer.

Entristecido olha pela última vez cada detalhe à sua volta, conversa em silêncio mais uma vez com os peixes guardiões, respira profundamente tentando guardar o cheiro do trem nos pulmões e eis que o trem pára.

Começa a caminhar lentamente pelo corredor, em direção às escadas, gosto amargo na boca, um aperto no peito e de novo aquela vontade incontrolável de chorar...

Desce do trem entristecido, mas eis que vê na estação o seu adorado tio Ismael que com um largo sorriso corre em sua direção e o envolve com um apertado abraço. Mal percebe quando o trem se afasta, pois agora sua atenção está voltada para as pescarias, banhos no rio Bonito, guerrinha de mamonas com a molecada e muita agitação durante aquelas duas semanas de férias que passará em Itatiaia na casa dos tios.

Todos os dias, porém, quando se aproxima o horário da passagem do D.P., lá vai ele para a estação tentando respirar aquele misterioso “ cheiro de Trem de Aço“ e lançar ao menos um olhar para seus amigos prateados.



O GUARDA-FREIOS (O ANJO DA GUARDA)


O pioneirismo da ferrovia registra passagens de personagens anônimos, alguns destes, verdadeiros heróis.

Pessoas humildes, que não obstante sua simplicidade, deixaram exemplos sublimes de amor e dedicação às suas lides profissionais, transformando-as em verdadeiro sacerdócio. O grau de envolvimento, chegava a ser tão forte que muitas das vezes extrapolava seu aspecto puramente profissional e o ferroviário defendia a instituição com ardor, orgulhando-se dela o e dedicando-se de corpo e alma a sua profissão, que era a razão maior de sua existência.

Não raro, o rude trabalho o expunha a riscos iminentes e exaustivos sacrifícios, mas isso não lhe causava desalento. Quando o pesado comboio passava com a batida cadenciada das rodas nas emendas dos trilhos e o som todo característico do vapor sendo expulso pelas escuras chaminés, o dedicado ferroviário sorria envaidecido, sentindo um calafrio a percorrer seu corpo. Ele fazia parte daquele espetáculo, e se sentia orgulhoso disso !

Dentre a extensa lista de funções existentes na ferrovia, é consenso que a mais perigosa dela era a de Guarda-Freios.

A locomotiva a vapor, antes da extraodinária invenção de George Westinghouse - que dotou as composições ferroviárias do sistema de frenagem pneumático até hoje utilizados - funcionava com um limitado sistema de freio a vácuo, que deixava muito a desejar, sobretudo em regiões de declive acentuado.

Objetivando reforçar a frenagem do trem na descida da serra, o Guarda-Freios subia no teto dos vagões e utilizando um volante ali existente, freava manualmente cada um deles.

Com o trem em movimento, o Guarda-Freios era obrigado a saltar de um vagão para o outro para apertar os volantes, tarefa que envolvia um altíssimo risco, e exigia uma habilidade sem precedentes deste corajoso ferroviário.

Além do risco de desequilibrar-se com o balanço do trem, ou de escorregar no teto molhado pela chuva, ou mesmo de tropeçar nos antiquados passadiços de madeira existentes, existia uma ameaça maior, os túneis. Devido a reduzida altura das locomotivas a vapor, os túneis eram também muito baixos. O Guarda-Freios, concentrado na sua tarefa, muitas das vezes descuidava-se deles e era colhido de surpresa. Acidentes aconteciam com frequência e quando não causavam a morte, sempre ocasionavam sérios ferimentos às suas vítimas.

O maquinista comunicava-se com o Guarda-Freios utilizando-se do apito. Assim, através de um código pré-estabelecido, os freios eram apertados ou afrouxados ao longo do trecho em que era necessária a utilização do freio manual. Ao longo da viagem o Guarda-Freios tinha de subir e descer dos vagões, apertando e desapertando os volantes manuais quantas vezes fossem necessárias.

E neste trabalho árduo, exaustivo e extremamente perigoso, colocavam sua própria vida em risco para garantir que o trem chegasse a seu destino com segurança.

Heróis anônimos da nossa história ferroviária, avançavam por onde quer que houvessem trilhos, enfrentando ora o frio, a umidade e os ventos gelados da serra, ora o calor extenuante que encharcava a camisa e tornava o ar pesado, quase irrespirável.

A estes valorosos profissionais, que com sua garra e coragem, muitas das vezes tombaram no cumprimento do dever, registramos nossa singela homenagem.

As estradas de ferro de todo o mundo devem a esses heróis anônimos, o tributo de serem o são hoje.

O ARMAZÉM DA AGEF DE CRUZEIRO

“Baby, se você me quisesse, como eu te quero, e ficasse comigo !

Baby, meu amor é tão grande, numa vida não cabe, é tão grande meu amor...”

E a pequena vitrola “Teleotto”, cuja tampa vermelha é a própria caixa acústica, toca o antigo disco arranhado, onde o Grupo “ The Fevers ” canta uma sentida canção de amor.

É sábado, uma tarde de primavera, e enquanto a “sonatinha” roda o LP, já quase desafinando em função da rotação alterada (as pilhas já se encontravam fracas), o jovem conferente de apenas 14 anos de idade acompanha a descarga dos vagões lotados de arroz, no armazém da AGEF, em Cruzeiro.

Corre o ano de 1975 e a CFP ( Comissão de Financiamento da Produção do Banco do Brasil ) adquirira toda a safra do estado do Mato Grosso. Cerca de 300.000 sacas de arroz seriam trazidas via ferroviária até Cruzeiro, para o armazém da Rede Federal de Armazéns Gerais Ferroviários, subsidiária da R.F.F.S.A.

E a locomotiva RS-3, a conhecida Canadense entrava e saia das diversas plataformas, ora trazendo os vagões cheios, ora retirando os vazios. Com o “ bagalan-bagalan-bagalan” cadenciado e todo peculiar do seu motor Alco, a buzina rouca, e o bonito vermelho-cereja, esta era o grande atrativo daquele armazém.

O jovem rapaz, às voltas com conhecimentos de carga, romaneios de pesagem e retirada, pedidos de depósito, notas fiscais de entrada e saída e a conferência da sacaria que descia dos vagões, largava tudo quando ouvia a locomotiva. Dela se aproximava, entrava na cabine, participava da manobra, depois descia e voltava para sua velha Underwood, para emissão dos documentos.

Enquanto isso a vitrolinha tocava. Agora o Grupo ABBA cantava a música “Fernando”, e esta lhe maltratava o coração, chegava a lhe arrancar lágrimas dos olhos ( só ele sabia o porquê ).

E assim se passavam os dias, as semanas, os meses e os anos. E ele vibrava com cada uma de suas funções, tinha orgulho de trabalhar ali, gostava do cheiro do arroz em casca, do movimento dos saqueiros, de contar os blocos de arroz empilhados ( lastro x altura = quantidade de sacos ).

Mas o que mais o deixava feliz e orgulhoso era saber que com apenas 14 anos, já executava tarefas tão importantes como escrever no Livro de Registro de Entradas, utilizando a caneta tinteiro ( só ele e o Agente de Armazém é que tinham autorização para usar a Scheaffer ).

Vez ou outra era necessário buscar as Notas Fiscais e os Conhecimentos Ferroviários de Carga com o Chefe da Estação da Central, e a carona na locomotiva era inevitável. Nesses momentos o jovem adolescente era todo criança e acenando para os transeuntes, buzinava a máquina enquanto transbordava de felicidade. Sua emoção era tanta que freqüentemente os risos acabavam se misturando com choro, que ele constrangido, tentava esconder do maquinista.

Já na estação era recebido pelo Sr. Oswaldo Silva, que com seu impecável terno azul marinho, seu tipo esguio, e sua voz grave, carimbava toda a documentação e assinava-as, colocando-as a seguir, num envelope de cor parda, cujas bordas eram coladas com goma arábica.

Não muito raro conseguia uma carona de volta, na manobreira da bitola métrica da R.M.V. e descia próximo à rotunda, caminhando apenas alguns metros até o armazém.

A AGEF era sua segunda morada. Aliás, ficava mais tempo ali do que em sua própria casa e não foram poucas as noites em que ali permanecera, cobrindo voluntariamente as folgas do vigia.

AGEF de tantas histórias, de tantas memórias, de tantas saudades...

E a pensar que hoje ali está boa parte do material ferroviário destinado a eletrificação da Ferrovia do Aço, que jamais foram utilizados.

Milhões de dólares transformados na “sucata mais rica do mundo”, registrando a insensatez daqueles que estiveram ( e ainda estão ? ) à frente do governo desta nação. Aqueles cuja inconseqüência e irresponsabilidade no trato com o dinheiro público sempre foi e infelizmente continua sendo marca registrada.

terça-feira, 25 de março de 2008

DO V.T. PARA A MOÇA DO GUICHÊ DA ESTAÇÃO DE TREM

Vou colocar sua foto na parede do meu quarto,

Assim dormirei olhando nos seus olhos, e quando os meus se abrirem, na manhã seguinte, a primeira coisa que enxergarão, será você.

Vou mandar bordar na minha toalha de banho, com letras bem graúdas, as suas iniciais

Assim, quando estiver molhado debaixo do chuveiro, imaginarei que ao me secar com ela, estarei sendo abraçado por você.

E vou procurar uma placa para meu carro, que também tenha suas iniciais,

Porque assim, toda vez que tiver que olhar para ele, também me lembrarei de você (mesmo que seja na hora de receber uma multa....)

Vou usar seu nome nas minhas senhas e contra-senhas,

E você será a pauta das minhas resenhas.

Vou gravar seu sorriso e sorrir através dele.

Sua voz e falar através dela.

Vou mergulhar no seu mar e afogar meus desejos....

E no fim do dia.............quando a noite chegar...

Vou me entregar aos caprichos de Morfeu e pedir para que você esteja em meus braços..........

Embora sabendo das astúcias do filho de Hipnos, me permitirei embarcar nessa louca fantasia..........única forma de ter você.

Única forma de ter você....

NÃO ME PEÇA PARA FICAR...

Não, não me peça para ficar....

Tanto você quanto eu sabemos que tudo tem que parar por aqui...

Não é mais possível vivermos de ilusões e tentando, cada um de nós, nos enganarmos...

Não, não me olhe desse jeito, enxugue essas lágrimas, tire os cabelos do rosto...

Não me faça sofrer mais do que o necessário, é grande minha dor.

Não, não se aproxime de mim desse jeito, afaste seu rosto do meu....

Minha boca, agora está amarga e o trem já encostou na plataforma....terei de ir.

Levarei comigo as recordações de nossa louca história de amor.

E tentarei esquecer estes momentos de tristeza e dor....

Não, não chore, senão desabarei em prantos aqui mesmo na plataforma..

Solte minha mão....

Pare de me olhar assim....

O trem vai partir.....preciso ir agora....

Fique com você apenas os bons momentos...

Nossos beijos longos e apaixonados no escurinho do cinema....

Nossos amassos atrás do coreto do jardim...

O sorvete que passávamos para a boca do outro, e derretido, escorria pela boca...

Fique com meus sorrisos, meus gritos de empolgação quando você chegava....

Fique com o botão que você arrancou da minha camisa...

Fique com aquele carretel de linha vazio que lhe dei de presente...

E com a bonequinha na caixa de fósforo.

Fique com o que fui!

Esqueça o que hoje sou.....

O trem começa a andar devagarinho.....

Não vou olhar para trás....

Não quero ver seu rosto triste...

Nem seu aceno...

Adeus......

Obrigado por você ter passado na esquina da minha vida....

Vou me lançar agora de olhos fechados, nos braços da solidão.

Quiçá seja você mais forte do que eu....

E se um dia o destino nos reservar novo encontro...

Que tudo seja diferente.........

Adeus

FOTOGRAFIA DE UM OBSCURO EPÍLOGO

Manhãs pardacentas envoltas em brancas brumas que ora ofuscam, ora espairecem.

Névoas que sobrevoam o éter invadindo sem escrúpulos o âmago de uma mente ébria.

Devaneios doentios e amargos que insistem em macular minh’alma ainda vulnerável não obstante o passar dos anos.

Pensamentos a refletir ecos de décadas que se foram, a me torturar como parasitas mentais, remexendo no mais profundo de meus sentimentos.

Estado de alma febril a clamar pelo impossível, a cobrar o inatingível, na ânsia insana desta busca abstrata.

Lágrimas represadas insistem em marejar os olhos, inundando meu rosto de sulcos fervilhantes de recordações, que escorrem e molham meu peito marcado pela dor.

Devaneios doentios e amargos que insistem em macular meu coração ainda machucado e dolorido, não obstante o passar do tempo.

Aspectos de uma vida vivida e sofrida tão intensamente, marcando a ferro e fogo toda uma existência ...

Como se a vida se incumbisse de fotografar aqueles momentos e de tempos em tempos me mostrasse a foto, transportando-me no tempo e no espaço, a reviver os momentos vividos.

Os mesmos cheiros, os mesmos sons, as mesmas cores, a mesma atmosfera...

O calor do seu hálito morno a acariciar meu rosto, suas pequenas mãos a tocar meus cabelos, sua voz terna a sussurrar nos meus ouvidos...

Fantasmas de um tempo vívido e ao mesmo tempo sombrio, maculado pela dor de um triste epílogo, naquela plataforma repleta de anônimos transeuntes.

E chegamos ao fim...

Um sino, um apito, o ronco da G-12. Mãos se acenando, lágrimas escorrendo, coração sangrando, peito arfante, pernas cambaleantes, desespero estampado no rosto !!!

E o fim...

Devaneios doentios e amargos que insistem em dilacerar meu peito ainda não cicatrizado, não obstante o tempo implacável que já fez passar duas décadas.

Plataforma, trilhos, apitos, sinos, ranger de rodas, adeuses, lágrimas, e o trem sumindo na curva...

O fim ....

O cruel e inevitável fim ....

Ficaram as marcas desse tempo que se foi ....

“Não quero ficar na sua vida...como uma paixão mal resolvida...” já dizia o poeta.